Políticos! O que comem? Onde moram? Como se reproduzem? O que são? De onde vieram? Para onde vão? E é bom lá?
Fiquei intrigado porque estarrecida ficava a Dilma. Hoje, continuo intrigado e nem quero saber da Dilma. Espero que ela tenha ido.
Fiquei intrigado com a “fome” do magro e elegante Gabriel Azevedo, nosso opíparo candidato a Pantagruel. O cara anda almoçando mil vezes por dia. Só domingo foram quatro almoços! Sábado e sexta sei lá mais quantos. Assim, não tem jeito que dê jeito. O cara vai terminar o mês obeso, vai nem conseguir botar e entrar nas urnas. Mas, do simples cafezinho à Buchada de Bode, na casa de Xeroso, em Xerém, vale tudo por um voto.
Já virou clássico, virou folclore, em todo ano de eleição, fotos e imagens de candidatos comendo desvairadamente para agradar gregos e troianos. É compreensível, mas em certos casos, intragável. É proibido dizer não, recusar. É falta de educação e de identidade. Então, haja pastel e cafezinho…
E se ficasse só nisso, tudo bem. Quem tá na chuva é pra se molhar, encharcar, inclusive de gordura.
O homem do povo que faz tudo para e pelo povo tem que dar o exemplo e interagir entre seus iguais. O cara vai tomar um cafezinho no Café Pérola? Então, dá-lhe empadinha, taca-lhe coxinha, pastel, quibe e toda sorte de ovo com mortadela.
Como dizem os franceses, não se pode ter a manteiga e o dinheiro da manteiga…. Muito apropriado o ditado francês porque manteiga é overdose de gordura. E pastel pingando óleo? E é pastel de queijo, de carne, de palmito, etc. E tudo pingando na camisa de colarinho branco.
O Gabriel não pode reclamar, literalmente, de barriga cheia. Pelo menos é almoço… Se bem que… Vai saber onde e o que o cara tá almoçando! Vai que é a buchada na casa de Xeroso, no bairro Jaqueline, via Gorduras, ônibus vermelho! Faz parte do show!
Mas que deve ser difícil, é!
Domingo, vi a maratona Indiana Jones, na TV, os quatro filmes seguidos. Muito interessante, mas tem umas coisas muito chatas. Envelheceu um pouco este misto de Tarzan com Três Patetas. Tenho um carinho por Indiana por ter sido o filme que me mostrou o lado diversão do cinema. Eu, bobão, só via filme “cabeça”, filme de arte, filme de sofrer, pensar… O primeiro Indiana, Caçadores da Arca Perdida é bom, é o primeiro… O melhor é o terceiro, A Última Cruzada, com Sean Connery. O quarto, da caveira de cristal, é fraco, vale pela gostosa da Cate Blanchet.
O segundo filme da série, O Templo da Maldição é o mais chato por causa daquele menino e da mulher que gritam o filme todo. Aliás, este clichê de colocar mulheres e crianças como débeis mentais, gritando como macacos e fazendo besteiras, enche o saco, já deu o que tinha nem que dar.
Neste segundo filme, a loura chata e suculenta, o menino intragável e Indiana estão numa tribo perdida no interior miserável da Índia. Os anfitriões, mesmo na maior merda, fazem questão de servir uma comida esquisita (nojenta) tendo uma folha de planta à guisa de prato. A mulher se recusa a comer, fazendo cara de nojo e quase vomitando, mas é convencida por Indiana: “Coma, se não, é um insulto, isso é mais do que eles têm em uma semana”…
É exatamente isso o que acontece com certos candidatos. Uma tortura, um sacrifício, ter que comer o que odeiam e ainda repetir. Dizer não é ofensa pessoal. E tem que fazer boca, cara boa. Pedir mais… Elogiar… Levar uma quentinha “pra viaji…”.
Pausa para um lanchinho, já volto, aproveito que o assunto na TV ainda é Eduardo Cunha!
Pronto!
Mas voltando, o candidato tem que ter muito jogo de cintura e em alguns casos, ótima educação, como nosso amigo, ex governador, Antonio Anastasia.
No final da campanha vitoriosa a governador, em 2010, Anastasia gentilmente convidou seus colaboradores, eu incluído, para café da manhã no Palácio das Mangabeiras. Papo dos mais agradáveis, como sempre. No meio do “passa a manteiga”, Anastasia disse que, “agora era engraçado”, mas na hora foi difícil. O que? Este negócio de comer e provar tudo o que é oferecido durantes as viagens e a campanha.
Com voz desesperada, dramática. hilária e sincera, confessou: “Vejam bem, eu que só bebo vinho e com moderação, não aguentava mais beber cachaça. Em todo lugar que eu ia era uma cachacinha aqui, uma branquinha ali, eu quase morria”. Risadas gerais, inclusive do nosso Gabriel que estava presente, aprendendo e apreendendo tudo.
ps: Tomara que nesta campanha eu tenha a oportunidade de acompanhar Gabriel em pelo menos um corpo a corpo. Não numa sauna ou numa buchada de bode, de preferência, num boteco pra eu ver a cara dele, quando provarmos aquela cachacinha, branquinha, marvada… Serve também uma distribuidora de vinho ou whisky.