“Eles transformaram o que era um barracão em um criatório de porcos”, lamentou Kalil.

Centenas de famílias sem casa e uma verba para reassentamento que nunca se transformou em novas moradias para a população. Moradores da Vila São Tomaz, na região da Pampulha, expuseram ontem essa realidade ao candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pela Coligação Pra BH Funcionar (PHS-Rede-PV), Alexandre Kalil, e ao vice, o deputado Paulo Lamac (Rede). Na região, eles viram de perto a dura realidade em que vivem milhares de cidadãos da área que foram desapropriados pela Prefeitura.

Cerca de 1.500 casas que estavam em áreas de risco, próximo ao Córrego do Onça, foram demolidas, segundo lideranças comunitárias locais. Em 2010, as famílias removidas receberam a promessa de que prédios seriam construídos para realocar os desalojados. “Eles viviam em relativa tranquilidade. Vieram aqui, jogaram 1.500 casas no chão, a Prefeitura tem uma despesa do mesmo número de moradias com aluguel – que ela paga em parte e os moradores são obrigados a completar. Isso faz cinco anos”, lamentou Kalil.

“Pessoas perderam suas casas e no lugar delas hoje tem lixo. Eles transformaram o que era um barracão em um criatório de porcos.” – Alexandre Kalil, em visita à Vila São Tomaz

Segundo lideranças da região, há verba para enfrentar o problema. De acordo com o líder comunitário Efísio dos Santos, que mora na vila há 23 anos, R$ 95 milhões de verba federal já foram destinados à construção das moradias. Dinheiro e obra que deveriam ser administrados e viabilizados pela Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Porém, até agora nada foi feito. De acordo com os moradores, há dois anos a Prefeitura não dá satisfação e nem sequer dialoga com a comunidade. A dona de casa Maria Laura da Costa Andrade, de 75 anos, vive na região há 50 e não tem palavras para descrever a sensação de ver tantas famílias sem casa própria. “Isso é descaso da Prefeitura. Tenho certeza de que com o Kalil essa situação vai mudar. Tem que mudar”, disse.

“A Urbel é encarregada dos aglomerados, das vilas e das áreas de risco. Nós voltamos à mesma tecla: não precisa criar nada, e só fazer funcionar o que já existe. É tão simples e tão bobo que fica maçante. A Urbel tem que atuar no que ela tem experiência para atuar. É preciso reestruturar a companhia, motivar os servidores para tomar conta dos cidadãos mais sofridos e mais pobres”, disse o candidato da Coligação Pra BH Funcionar.

Kalil visita Vila São Tomaz e ouve moradores