Autor de Grande Sertão: Veredas transformou em culta a fala popular e eternizou a essência mineira
O vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB/MG), presidiu, na manhã desta quarta-feira (13), a Sessão Solene em memória ao cinquentenário do falecimento do escritor mineiro Guimarães Rosa.
Em seu discurso, Ramalho destacou toda a genialidade de Guimarães Rosa que antes de se tornar um dos maiores nomes da literatura nacional e um dos autores brasileiros mais lidos no exterior, foi médico e diplomata. “Guimarães Rosa foi médico dos pobres, daquele mesmo povo que ele retratou em seus livros. Como diplomata, ele e sua esposa ajudaram centenas de judeus a escaparem do nazismo”, afirmou o parlamentar.
Para o deputado mineiro, a publicação de Grandes sertão: veredas teve um papel social muito importante para Minas Gerais. Segundo ele, o autor enaltece em sua obra as belezas do estado e a riqueza da cultura popular. “Guimarães Rosa usou nossas paisagens como cenário, fez do homem do campo seu protagonista e da fala simples da roça a sua linguagem”.
Fábio Ramalho fez questão de compartilhar com os presentes uma parte de um texto de Guimarães Rosa que, segundo ele, melhor traduz a essência de ser mineiro:
“Dizem que o mineiro não crê demasiado na ação objetiva; com isso não se anula. Só que mineiro não se move de graça. Ele permance e conserva. Ele espia e indaga, protela, se sopita, tolera, remanceia, prerregueia, sorri, escapole, se retarda, faz véspera, tempera, cala a boca, matuta, destorce, engambela, pauteia, se prepara. Mas sendo a vez, sendo a hora, Minas entende, atende, toma tento, avança, peleja e faz.”
Assessoria de Comunicação