Agenda aberta e transparência de compromissos

Você está em:

Agenda aberta e transparência de compromissos

Apesar de todos os mecanismos de transparência que foram incorporados nos últimos anos na gestão pública, parece que a agenda dos políticos é imune a esses movimentos.

Chega a impressionar a verificação de que nunca se sabe com quem um deputado conversou, o que foi discutido em uma reunião com um vereador, ou qual o tema de um telefonema de um ministro. No final, e isso temos assistido de forma continuada na mídia, desde o início da Lava-Jato, existem ao menos três versões para cada conversa.

Considerando que os parlamentares, em regra, não tratam de temas que envolvam a segurança nacional, ou operações policiais, não seria de se esperar que todas as suas conversas no desempenho do cargo fossem de conhecimento e acesso público. Que tipo de tratativa é essa que, feita dentro de um gabinete, não deveria ser revelada para todos os eleitores?

A medida que os legisladores são eleitos para falar em nome do povo, para decidir por representação, o que deve ou não ser feito, parece no mínimo estranho que os compromissos de cada político sejam mantidos protegidos.

A verdade é que não sabemos hoje com quem nossos políticos se encontram, nem o que eles discutem, ou que tipo de compromisso assumem.

Será que não está na hora de acabar com a agenda oculta dos políticos?

Cada vereador, deputado ou senador deveria deixar acessível ao público sua agenda, com a indicação de cada pessoa com quem conversou, o tema que foi tratado e os compromissos que foram assumidos, afinal, ele não está ali falando por si mesmo, e deve contas a quem ele representa.