Planejamento por quem sofre seus efeitos

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Planejamento por quem sofre seus efeitos

O Governo já mostrou, e não é só no Brasil, que não sabe planejar e chega a ser ridículo pensar que empresas fazem planejamento estratégico com horizonte de até 50 anos, enquanto governos continuam se organizando a cada ano, pelo orçamento, ou a cada 2 ou 4 anos, pelos planos plurianuais.

Onde BH vai estar em 50 anos?

Se alguém tivesse se feito essa pergunta, com seriedade, na prefeitura e na Câmara Municipal, em 1966, provavelmente não teríamos permitido o adensamento da Raja Gabaglia sem reservar espaço para mais duas pistas de rolamento de cada lado. Muito menos tempo e dinheiro teria sido gasto no alargamento da Antônio Carlos, da Pedro I e da Cristiano Machado. Por outro lado, poderia ter sido pensada alguma alternativa para a Pedro II.

Tudo por aqui acaba acontecendo por acidente, como foi com o famigerado ônibus elétrico da Cristiano Machado, que nunca saiu do papel, mas cuja pistas reservadas serviram, mais tarde, para a implantação da extensão da linha do metro, na direção de Venda Nova.

Tudo isso considerado e lembrando que o governo não sabe gerir bem seus recursos, não seria melhor se, ao invés de atropelar o cidadão, o governo chamasse empresas e a sociedade para participar do planejamento? Não estou me referindo a consulta de orçamento participativo, que aliás já não é executado com seriedade a muito anos, mas no planejamento de longo prazo da cidade.

É muito mais fácil obter o compromisso das pessoas com ideias se elas participam da sua configuração, por isso, passou já do tempo de a Prefeitura e a Câmara chamarem os empresários, as associações de bairro e a população como um todo para pensar a cidade de 2066. Quem sabe não podemos com isso evitar os mesmos erros de 50 anos atrás, que custam o nosso caos de hoje?